quarta-feira, 9 de novembro de 2011

FÓRUM MISSIONÁRIO – VARGINHA/MG



Aos 07 de outubro de 2011 teve início o Fórum Missionário realizado na cidade de Varginha. Um evento de grande valia e pela primeira vez aberto aos leigos, que mesmo em pequena quantidade compareceram e participaram intensamente deste momento tão rico de nossa província.
Foi com grande prazer que recebemos Dom Vilson Basso, bispo no Maranhão, que durante aquele fim de semana palestrou de maneira simples, direta e muito rica, tanto que durante todo o fórum nos esquecemos que ele era um bispo, afinal nunca tínhamos visto ou até mesmo convivido com um bispo tão próximo do povo, tão missionário.
O tema do fórum foi o “Missio Cordis” – Um Coração que escuta, aprende e anuncia, que nós da MDJ conhecíamos bem, ou melhor, achávamos que conhecíamos. Dom Vilson nos mostrou algumas características e necessidades do missionário, tão óbvias por sinal, mas nós as esquecemos frequentemente. Em primeiro lugar devemos ter verdadeira paixão pela Evangelização, temos que dar um testemunho coerente, ou seja, não podemos ser falsos profetas. Depois devemos ter plena consciência que o serviço missionário é o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar a humanidade, animados sempre pelo amor, pois o “amor de Cristo não nos impele”.
O mais belo missionário foi e sempre será sem dúvida Jesus que nos mostrou que devemos evangelizar a todos os povos (ricos e pobres, negros e brancos, homens e mulheres), ou seja, não excluir ninguém em função da sua cor, credo ou classe social, acolher e transmitir a palavra de Deus sem fazer distinção. Ao fazer missão devemos lembrar sempre do evangelho de Mateus 10, 16: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos, portanto, sedes prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas”.
Sublinho a importância de sairmos de nossas estruturas engessadas, deixarmos de ser comunidade de conservação e nos tornarmos comunidade realmente missionária. Sair da mesmice usando nossa criatividade, ir além do que já está posto. Não ficar apenas nos livros de catequese, trazer a mídia que está tão presente nos dias de hoje, adaptarmos o que temos de bom. Fazer da nossa vida uma extensão do que aprendemos na Igreja, sem “carolices ou bitolamentos”, ou seja, sem exageros.
A proposta concreta do fórum é instalar em nossas paróquias o projeto de missão permanente, começando pela conversão pastoral. A missão é difícil e nos exige muito, porém temos que fazê-la com fervor, devemos ser quentes nas coisas de Deus, aceitar toda a verdade do Evangelho. Afinal como diz o salmo 117: “Seu amor é fiel. Ele não nega fogo. Este nosso Deus não falha. Confiança absoluta na força da graça de Deus”. O chamado para a missão é pessoal, não importa se outros irão você tem que ir mesmo que sozinho, não podemos ter medo devido à demora dos resultados, pois o tempo de Deus não é o nosso tempo, pode demorar, mas os frutos irão nascer. É nosso dever recuperar o valor e audácia apostólica. De maneira nenhuma podemos cruzar os braços, devemos estar sempre em comunhão com o Senhor e fazer todo o possível para mudar a realidade que está a nossa volta, nunca aceitar. A missão tem que ir de encontro com cada pessoa, nunca pensar em um grande grupo, devemos atingir coração por coração. Ao instalarmos o projeto de missão permanente todas as pastorais têm que se juntar jovens, adultos e crianças. Cito o exemplo que ouvi e com toda sua simplicidade define muito bem esse desapego de nossas pastorais: “Um jogador de futebol joga por determinado time (Santos, São Paulo, Palmeiras, Fluminense, etc.), porém na hora em que ele veste a camisa da seleção ele representa todo o país e não mais o seu time do dia a dia”, é assim que devemos ser, ao vestirmos a camisa da missão permanente representamos toda a Paróquia e deixamos de ser MDJ, Crisma, SAL, Acolhida, etc.
Em suma saímos de lá com sede de missão e aguardando ansiosamente o próximo Fórum Missionário. Termino com uma das muitas frases que nos tocaram muito: “Não queira tomar o lugar de Deus. Deixe Deus ser Deus. Faça apenas o que te cabe”. E com certeza nos cabe muito, repito mais uma vez basta sairmos de nossas estruturas engessadas, calçar as sandálias e ir ao povo.
Luise Mattioti.

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